No dia 17 do mês passado, eu fui convidada para participar de uma mesa-redonda na faculdade UNINASSAU, aqui em Recife.
Eu tive o prazer e a honra de dividir a mesa com professores de Psicologia e o meu querido amigo, paciente e psicólogo Caio Fernando, um homem trans.
Conversamos sobre saúde, transgeneridade e a importância de um fazer em saúde inclusivo, que visibilize todos os corpos e vivências.
O tema da mesa foi Psicologia, sociedade, transexualidade, desafios e abordagens clínicas e sociais.
Caio trouxe sua vivência enquanto psicólogo e homem trans, podendo falar um pouco a partir do lugar de fala que lhe pertence, trazendo como se sente enquanto paciente e as suas vivências.
Mas, sobretudo, a importância desse atendimento com um olhar inclusivo, que respeita todas as vivências e corpos.
Eu trouxe a minha experiência de mais de quatro anos no cuidado ao atendimento das pessoas trans, mas, sobretudo, a importância do letramento que profissionais de saúde devem se engajar em fazer em todas as áreas e, principalmente, nas vivências de pessoas em situação em que se encontram vulnerabilizadas.
Nós, enquanto profissionais de saúde, devemos sempre nos perguntar: que marcas queremos deixar no outro? Que lembrança queremos que as pessoas levem ao sair de nossos atendimentos?
As pessoas trans são atravessadas todos os dias na sociedade pela transfobia, pelo preconceito, pela discriminação e pela violência.
Então, a mesa foi um espaço onde pudemos conversar sobre isso, trazer e levantar essa pauta.
E eu espero que sensibilizar futuros profissionais da Psicologia para que possam pensar no que deixarão na vida do outro tenha sido uma experiência de muita troca.
Sinto-me muito feliz e grata por ter tido a oportunidade de falar e de levantar essa bandeira.
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